O registro de uma ocorrência policial comunicado na Polícia Civil no último sábado (16) como racismo gerou polêmica e revolta em muitos três-lagoenses que mostraram suas insatisfações nas redes sociais, chegando a “marcar” um manifesto na frente de um dos empreendimentos do empresário apontado como autor das ofensas. O EMPRESÁRIO O site TL Noticias de Três Lagoas foi procurado nesta sexta-feira (22) pelo empresário R.R, dono de um restaurante e uma sorveteria na cidade. Em suas declarações, o entrevistado se mostrou surpreso com as acusações feitas pela jovem V.A.S.C de 20 anos que trabalha em um supermercado na Avenida Antônio Trajano no bairro Lapa. “Eu moro há 54 anos em Três Lagoas e por mais de 17 anos estou à frente deste restaurante com minha família. Sou visto como chato porque sou exigente, sempre friso pela qualidade em meus produtos na hora da compra. Não nego que já tive problemas em supermercados e lhe afirmou que foi sempre por estes motivos”, explicou. COMO ACONTECEU Naquele dia, o comerciante fez uma compra no estabelecimento no valor de R$ 480,00 e por ser um cliente cadastrado no supermercado, optou em pagar a compra com seu talão de cheque. Segundo ele, ao pagar a conta, a funcionária começou a olhar seu cheque, dando a entender, que ele teria problemas com tal pagamento. “Eles me dão 60 dias de prazo e desta vez, disseram que seria com 40 dias. Não entendi, mas concordei com o questionamento. Me senti constrangido porque a todo o momento, a atendente falava em voz alta sobre o meu caso, dizendo que seria normas da casa” , disse o entrevistado. Após ter a compra liberada, o comerciante pediu que uma empacotadora fosse até seu carro para levar as compras. Neste intervalo, a funcionária pedido emprego ao cliente por morar perto da sorveteria de sua propriedade. O comerciante R.R pediu que ela deixasse um curriculum na sorveteria para um futuro serviço. “Há algum tempo, ela já havia pedido emprego na sorveteria e na época, não foi possível contratar, naquele dia, ela falou com minha filha e foi informada para procurar o restaurante pra um possível preenchimento de vaga foi quando minha esposa a atendeu e ofereceu o emprego, mas ela não aceitou porque queira na sorveteria”, disse o comerciante. A SURPRESA SOBRE O CASO Na segunda-feira (17), durante um almoço em família, o filho do comerciante lhe perguntou sobre o caso, dizendo que teria visto nas redes sociais e no site TL Noticias a informação que o denunciava. “Isto pra mim foi uma surpresa, porque no trajeto até o carro, não aconteceu nada, não falei isso para aquela moça. Eu sinceramente, não sei os motivos em que ela está fazendo isto comigo”, desabafou. SEM PRECONCEITOS Em seu desabafo, o comerciante revelou que 90% de sua família são afro-brasileira, inclusive sua esposa que pé filha de baiana. “Temos amigos pessoais da cor negra e em nenhum momento, sou, ou tive preconceito de alguém. Minha chefe de cozinha é uma afro-brasileira e há alguns meses, uma haitiana nos deu muito alegria aqui no restaurante, mas infelizmente, teve que deixar seu cargo por opção pessoal. Que queria deixar claro que mesmo com tudo isto que esta moça causou a minha pessoa e a minha família, eu não tenho magoas ou rancor dela”, emocionado disse o comerciante. PROCESSOS R.R revelou ainda na entrevista que estará buscando na Justiça seus direitos com ações que será feitas em desfavor da funcionária do supermercado – por estar falando inverdades – e ao supermercado que não se pronunciou sobre o assunto, causando constrangimentos a ele sua família, diante o caso que tomou proporções irreparáveis. “Eu gostaria de finalizar dizendo que até agora eu não tinha dado minha versão. Eu não fiz e não disse nada e tenho minha consciência limpa em relação a este caso”, finalizou. MANIFESTAÇÃO Nas redes sociais, pessoas estão organizando uma manifestação com uma passeata na área central de Três Lagoas. O ponto de encerramento será em frente ao restaurante. O manifesto ainda não está confirmado. A Polícia Militar está em alerta para o possível ato e caso isso ocorra, tomará medidas enérgicas contra as pessoas que praticarem algum tipo de vandalismo ou dano a qualquer que seja o estabelecimento comercial.

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