Problemas na contratação de médicos fizeram população de TL esperar por até nove horas para ser atendida na UPA
Crianças e idosos esperaram por até nove horas para a conclusão do ciclo de atendimento de urgência e emergência.

Por problemas contratuais das Secretaria Municipais de Saúde e Administração, aproximadamente onze médicos plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento de Três Lagoas (UPA), que deveriam assumir seus postos de trabalho nesta segunda feira ( 22) não puderam iniciar seus trabalhos.
Com o atraso nas contratações, o impacto no atendimento de emergência foi visível. Em poucas horas, a UPA superlotou e, como apurado no local foi possível mais uma vez verificar a população três-lagoense "pagando a conta". Recepção e corredores lotados. E desta vez, a população assmiu o ônus, o prejuízo que é de responsabilidade das pastas da Saúde e da Administração Municipal.
De acordo com informações oficias, o último edital do concurso público da Prefeitura ofertou 30 vagas para médicos plantonistas da UPA.
No entanto, apenas nove médicos tomaram posse e, não há mais médicos a serem chamados. Com isso, essas outras 21 vagas em aberto deveriam ser preenchidas por médicos contratados, inclusive um compromisso assumido publicamente durante entrevista concedida à Rádio Caçula pelo Secretário de Administração Geral Gilmar Araújo Tabone.
Caos
A segunda-feira de dezenas de crianças e idosos foi mais difíl ontem (22), crianças e idosos estas que esperaram por até nove horas na UPA de Três Lagoas para a conclusão do ciclo de atendimento de urgência e emergência. Ciclo este que vai da triagem até o momento da alta do paciente.
Esperar por mais de oito horas para ser atendido é o dobro do tempo considerado razoável, mesmo em dias de superlotação.
Esperar por atendimento médico por mais de oito horas numa fila, com sintomas como febre, vômito, infecções respiratórias e sem alimentação por mais de oito horas é, de fato desumano.
Sistema de Triagem
Estudos demonstram que o Sistema de Triagem de Manchester (STM) é utilizado em serviços de urgência para determinar prioridade clínica de pacientes, otimizando o tempo de espera para atendimento médico.
Nesse sentido, a rede pública baseia-se neste método e, considerando as classificações de risco por cores: nível 1 - vermelho (emergente), atendimento médico imediato; nível 2 - laranja (muito urgente), atendimento médico em até 10 minutos; nível 3 - amarelo (urgente), atendimento médico em até 60 minutos; nível 4 - verde (pouco urgente), atendimento médico em até 120 minutos; nível 5 - azul (não urgente) - atendimento médico em até 240 minutos
Assim, numa conta simples, considerando todos os níveis de atendimento, do vermelho ao azul teríamos 420 minutos. E, se ontem (22), todos os médicos estivessem atendendo regulamente na UPA, o tempo médio de espera da população seria de aproximadamente 38 minutos.
No entanto, infelizmente não foi o quê aconteceu. O tempo médio de espera registrado na última segunda-feira (22) era de 02h59min, ou seja, três horas.
Diante dos números, é possível constatar que a conta não fechou.
Revolta e indignação
Com o caos instalado na UPA, o comportamento previsível foi de revolta. A indignação tomou conta da população que aguardava por atendimento e, por volta das 15h, a dona de casa Tatiane Rocha de Souza acionou a imprensa, a Câmara de Vereadores e o Conselho Municipal de Saúde, na expectativa de pedir socorro, um alivio imediato para aquela situação, pois encontrava-se há mais de oito horas em busca de atendimento para a sua filha de apenas 8 anos, a criança R.S, que apresentava dores generalizadas, tosse e febre.
A dona de casa Tatiane Rocha de Souza esperou por mais de oito horas na UPA aguardou por mais de oito horas para atendimento médico para a filha de 8 anos.
Num primeiro momento, os servidores administrativos explicaram que a superlotação da UPA desta segunda-feira ocorria por sazionalidade, ou seja, "geralmente na segunda-feira o índice de atendimento é alto", comentaram três servidores da UPA.
Na manhã de hoje (23), a Secretária Municipal de Saúde Angelina Zuque pediu desculpas à população de Três Lagoas e posicionou-se sobre o assunto. De maneira simplista atribuiu o caos da segunda-feira à "duas faltas de dois médicos registradas nos plantões da manhã e da tarde", explicou.
Questionada de forma mais ampla, pois já havia sido apurado que o défict real de médicos é de 21 contratações, no quadro da UPA, Angelina detalhou: "Entre as faltas registradas ontem, uma é da médica plantonista que teve problemas em seu contrato de trabalho; a comissão médica contratante a liberou antes da correta juntada de documentos e exames para a aptidão ao cargo. Os problemas de superlotação e demora no atendimento são recorrentes na UPA, mesmo em outras gestões. Há uma cultura da população em procurar a UPA e não os postinhos. Enfrentamos problemas diários de gestão, uma vez que as diretrizes de Saúde nacionais dos próximos anos não contemplam investimentos para novas UPAS.Três Lagoas já não comporta mais apenas uma unidade e o valor pago ao médico plantonista varia entre R$ 900,00 e R$1.100,00", explicou a gestora da Saúde Municipal.
Também, por volta do meio-dia desta terça-feira (23), a Prefeitura Municipal de Três Lagoas divulgou nota oficial sobre a contratação de 15 médicos em caráter emergencial para suprir a necessidade de preenchimento do quadro de médicos na UPA .
A contratação emergencial de médicos é tratada pelo Executivo Municipal como caráter excepcional e temporário, sendo que encontra-se em andamento a posse de novos concursados para o referido cargo, sendo que nove tomarão posse já nesta terça-feira (23).
Porém, como investigado não há mais médicos para tomar posse no último concurso público e, mesmo com o otimismo do Prefeito em solucionar o caos da UPA já na manhã desta quarta-feira (24), mesmo contratando 15 médicos, ainda faltam outros seis e fica difícil atrair novos profissionais com o valor de sálario ofertado para o médico plantonista que tem como jornada 12 horas de trabalho. Valor este, (R$ 900,00 a R$ 1.100,00), o menor salário da região.

Secretária Municipal de Saúde Angelina Zuque posicionou-se sobre o assunto na manhã de hoje (23) e confirmou problemas de contratação de médicos para UPA. Foto: Anderson Soares / Rádio Caçula.
Fonte: Rádio Caçula/Julia Vasquez

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