Em cinco semanas, 8 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul
Vítimas não tinham registrado ocorrência e perfil dos agressores é semelhante.

MATO GROSSO DO SUL (MS) - Em pouco mais de um mês, oito mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul.
Dos oito casos, dois aconteceram na capital, sendo as vítimas Francielle Guimarães Alcântara, que ficou 30 dias em cárcere privado antes de ser assassinada, e Nara Garcia Freitas, assassinada pelo marido militar da Aeronáutica.
Os dados registrados pela Polícia Civil demonstram que, em cinco semanas, os crimes deste tipo já alcançaram os registrados no ano passado, que foi de dois durante todo o ano em Campo Grande (MS).
De acordo com a delegada Ana Paula Trindade Ferreira, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), não havia registro de boletim de ocorrência contra nenhum dos suspeitos, nem mesmo medidas protetivas.
Ainda conforme a delegada, mesmo que as vítimas não denunciem as agressões que podem preceder as mortes, são raros os casos em que ninguém sabe da violência.
“Ela [vítima] sempre vai desabafar com uma família, uma amiga”, disse.
Dessa forma, ela ressalta a importância da denúncia, através do número 180, que funciona 24 horas e pode ser feito de forma anônima.
Segundo a delegada, nos casos de feminicídio, os autores dos crimes tem padrão de comportamento.
“O autor normalmente está tranquilo, porque ele acha que está no direito de matar a mulher”, disse.
Ana Paula ressalta ainda que os acusados também, na maioria dos casos, desfiguram a vítima.
"Toda vez eles precisam atingir a estética da vítima, porque ele não é capaz de aguentar essa mudança", afirmou.
Dos oito casos, dois aconteceram em Campo Grande, sendo as vítimas Francielle Guimarães Alcântara, que ficou 30 dias em cárcere privado antes de ser assassinada, e Nara Garcia Freitas, assassinada pelo marido militar da Aeronáutica.
Casos
O primeiro caso aconteceu no dia 15 de janeiro. Mariana de Lima Costa, 29 anos, foi assassinada pelo marido, Jonas Ferreira Rocha, de 49 anos, na cidade de Anastácio (MS).
No dia 16 de janeiro, Paulina Rodrigues, 103 anos, foi espancada até a morte pelo genro, de 91 anos, na aldeia Sassoró, em Tacuru (MS).
Em 19 de janeiro, Rose Paredes, 39 anos, foi estuprada e assassinada dentro de sua casa, em Bandeirantes (MS).
Após o crime, o corpo da vítima foi jogado dentro de um poço.
O suspeito do crime era ex-colega de trabalho do marido da vítima e, segundo a polícia, a suspeita é que ele tenha desenvolvido interesse amoroso pela vítima e, após ser demitido, planejou o crime, sabendo que o marido da mulher passava cerca de 15 dias longe de casa.
No dia 23 de janeiro. Marta Gouveia dos Santos, 37 anos, foi encontrada morta após sair para pedalar, em Nova Andradina (MS).
Ela tinha sinais de estupro e perfurações pelo corpo. O filho da vítima foi preso, suspeito de envolvimento no crime.
Em 26 de janeiro, Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, foi assassinada pelo marido, após ser mantida em cárcere por cerca de 30 dias, em Campo Grande (MS).
O suspeito, Adailton Freixeira da Silva, 43 avos, a torturava com pauladas e choques elétricos, na frente do filho de 1 ano. Ele foi preso em Cuiabá (MT).
O sexto caso aconteceu no dia 29 de janeiro. Vitória Caroline de Oliveira Honorato, de 15 anos, foi encontrada morta em Ivinhema (MS). A adolescente passou quatro dias desaparecida até ser encontrada.
A Polícia Civil, que investiga o caso, disse que a jovem foi vítima de feminicídio, motivado por ciúmes do suspeito, que teria um relacionamento com ela.
Em fevereiro, no dia 6, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, foi encontrada morta com o pescoço quebrado e uma lesão no braço.
O marido da vítima, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos, 2º sargento da Aeronáutica, foi preso pelo feminicídio.
O oitavo caso do ano foi nesta terça-feira (8), em Costa Rica (MS).
Luana Alves Furtado, de 29 anos, foi assassinaa pelo namorado com 10 golpes de faca.
Ela foi encontrada morta dentro de casa e o suspeito confessou o crime.
Fonte: Correio do Estado

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