Brasilândia está entre as cidades com maior índice de uso de “crack”

Dependência química

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Brasilândia está entre as cidades com maior índice de uso de “crack”
Os dados estão em mapeamento feito pelo Observatório do Crack, da CNM (Confederação Nacional de Municípios), atualizado em tempo real, com informações enviadas pelas prefeituras. De acordo com o Observatório, em 17 cidades do interior, mais a Capital, o nível dos problemas relacionados ao crack é muito alto. Em outros 38 municípios, o alerta é médio; e, em 11, baixo. Apenas duas cidades, Juti e Jaraguari, não apresentaram problemas por conta da droga. Outros 10 municípios não enviaram respostas oficiais para que fossem usadas no levantamento. O nível dos problemas relacionados ao consumo da droga é mais alto nas regiões Leste, Centro e Sul. Mas, não de forma generalizada. **Já na região Leste, o ranking mostra Bataguassu, Brasilândia, Água Clara, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul e Costa Rica.** No Sul, por exemplo, a incidência é alta apenas em Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaquiraí, Naviraí, Caarapó, Bela Vista, Coronel Sapucaia e Ponta Porã, as últimas três localizadas na região de fronteira. Na região Central, Campo Grande e Nova Alvorada do Sul também aparecem com nível alto. Na região Oeste, do Pantanal, apenas Ladário aparece com alto nível de ameaças da droga. Pelo relatório, a maioria dos municípios onde a droga tem causado problemas tem mais de 10 mil habitantes. O maior e mais populoso entre eles é a Capital, com 863,9 mil habitantes. Já o menor é Glória de Dourados, com 9,9 mil moradores. De acordo com Eduardo Stranz, consultor da CNM, a droga continua avançando em municípios menores e rurais, com menos de 7 mil moradores. Segundo ele, o fato de a maioria dos municípios responder espontaneamente ao questionário indica a gravidade do problema. "São prefeituras que têm a coragem de se expor porque é algo que afeta muito a população. É como um grito de socorro", disse. Apesar disso, praticamente nada mudou na política de governo. "Não houve investimento e o recurso que estava previsto em alguns programas sofreu contingenciamento", ressaltou. Veja um retrato de como a droga está afetando os municípios sul-mato-grossenses e as principais regiões atingidas. **COMO RESOLVER** A reportagem questionou a prefeitura de Campo Grande e Glória de Dourados (maior e menor município com nível alto de problemas relacionados ao consumo de crack) sobre a incidência do problema e o que está sendo feito para amenizar a situação. Na Capital, o poder público respondeu que o município dispõe hoje de três unidades voltadas ao tratamento de dependentes químicos, sendo duas adultas e uma infanto-juvenil, que atende adolescentes até 17 anos. A Capital tem 31 leitos para este tipo de atendimento. O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD 24 horas) é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. Segundo a prefeitura, os CAPS AD 24 horas oferecem atendimento à população, realizam o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Os CAPS também atendem aos usuários em seus momentos de crise, podendo oferecer acolhimento noturno por um período curto de dias. São oferecidos nesta unidade 12 leitos de internação, onde o paciente fica acolhido por até 15 dias. Caso tenha o acompanhamento familiar, o paciente poderá continuar a fazer o tratamento intensivo na unidade, sendo liberado apenas para dormir em casa. A UAA (Unidade de Acolhimento Adulto ) - inaugurada em Campo Grande em abril de 2015 - é um serviço da Rede de Atenção Psicossocial que oferece acolhimento transitório às pessoas de ambos os sexos, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. A unidade localizada na Rua Joaquim Murtinho, número 1.786, centro, funciona como casa onde as pessoas que esteão em tratamento nos CAPS tem apoio profissional e podem viver por um período. "Acolhem até 15 adultos por até 6 seis meses, apoiando seus moradores na busca de emprego, estudo e outras alternativas de moradia. São espaços abertos, de acolhimento sempre voluntário", informou a prefeitura. Recentemente, a prefeitura inaugurou o primeiro CAPS Infanto-juvenil, voltado a crianças e adolescentes, com atendimento 24 horas. São oito leitos de internação, sendo quatro masculinos e quatro femininos para atender, principalmente, usuários de drogas e propiciar um tratamento que ocorre através também do acompanhamento familiar. Ainda conforme a prefeitura, existe ainda um trabalho de abordagem social, chamado 'Consultório na Rua'. É um programa instituído pela Política Nacional de Atenção Básica. Segundo o município, o 'Consultório na Rua' realiza mais de 500 atendimentos mensais em Campo Grande. A prefeitura do município de Glória de Dourados não respondeu ao e-mail até o fechamento desta reportagem.

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