Três Lagoas vai às ruas: Prefeitura e PM lançam censo para mapear moradores de rua e transformar vidas
A iniciativa, oficializada em reunião no gabinete do prefeito Cassiano Maia, visa traçar um perfil detalhado dos moradores de rua:

Em uma ação inédita, a Prefeitura de Três Lagoas, em parceria com o 2º Batalhão da Polícia Militar e vários órgãos municipais, deu o primeiro passo para enfrentar de maneira estruturada o crescimento da população em situação de rua na cidade.
O município acaba de anunciar a realização do primeiro Censo Municipal das Pessoas em Situação de Rua, que será executado ao longo de 20 dias.
A iniciativa, oficializada em reunião no gabinete do prefeito Cassiano Maia, visa traçar um perfil detalhado dos moradores de rua: naturalidade, escolaridade, histórico familiar, uso de substâncias químicas, pontos de permanência e até o interesse em tratamento serão mapeados.
"Esse diagnóstico é fundamental para entender quem são essas pessoas, o que as trouxe às ruas e como podemos agir de forma mais eficiente", destacou Solange Sanches, coordenadora do Centro POP, unidade referência no acolhimento social em Três Lagoas.
Por que o problema cresceu?
Três Lagoas, segundo Solange, virou um ponto de passagem e permanência para pessoas vindas de várias regiões do Mato Grosso do Sul e de outros estados, especialmente devido à sua localização estratégica entre São Paulo e MS.
Apesar da estrutura montada — com banhos, alimentação, kits de higiene, roupas e apoio psicológico — muitos resistem ao acolhimento em razão do vício em substâncias químicas e da busca por liberdade.
"Não podemos obrigá-los a aceitar tratamento, mas podemos oferecer caminhos", explicou Solange.
A realidade é dura e precisa ser enfrentada:
11 pontos de permanência já foram mapeados na cidade.
Grande parte dos casos não está ligada apenas ao vício, mas também a rompimentos familiares, desemprego e despejos.
A população em situação de rua cresceu quase 50% no Brasil entre 2022 e 2024, segundo dados federais.
"Sem um programa contínuo, é como enxugar gelo. Mas unidos, podemos mudar vidas. Essas pessoas precisam de dignidade, não de julgamento", reforçou o major Ronaldo Moreira, comandante do 2º BPM.
Próximos passos:
O levantamento servirá de base para a criação de políticas públicas mais humanas e eficazes.
A próxima reunião do comitê será em maio, quando o resultado do censo será apresentado e novas ações serão definidas.
Um apelo à população:
Não dar dinheiro nas ruas.
Orientar as pessoas em situação de rua a buscar ajuda nos serviços públicos, como o Centro POP, que está de portas abertas para acolhê-los.
"A esmola perpetua o problema. Conscientizar é salvar vidas", finalizou Solange.
Fonte: Da Redação
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