Primeira policial feminina de Ilha Solteira se aposenta e deixa a PM

Natural de Pereira Barreto, Devanir ingressou na Polícia Militar em 1988

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Primeira policial feminina de Ilha Solteira se aposenta e deixa a PM

A cabo Devanir Ribeiro dos Santos, primeira policial feminina de Ilha Solteira, deixou a Polícia Militar. Ela se aposentou, depois de 31 anos de serviço prestados à corporação.

Nas últimas semanas como policial militar, Devanir foi homenageada pela Câmara, onde recebeu a Medalha Tiradentes, e participou da formatura do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), coordenado pela Polícia Militar, onde foi instrutora por vários anos.

Natural de Pereira Barreto, Devanir ingressou na Polícia Militar em 1988, como aluna soldado, concluindo o curso de formação em abril 1989, sendo lotada no Batalhão de Trânsito, localizado na Praça da Sé, área central da capital Paulista, onde serviu por dois anos. Após este período na capital, conseguiu transferência para o município de São José do Rio Preto e, logo em seguida, sempre com intuito de voltar para Ilha Solteira, foi transferida para Araçatuba, onde trabalhou por cerca de cinco anos.

Em 1995, ela conseguiu a transferência para Ilha Solteira, fazendo história, sendo a a primeira policial militar feminina a trabalhar na cidade.

Lotada em sua cidade de origem, passou a atuar inicialmente no patrulhamento ostensivo a pé, com foco de zelar pela segurança da população, em especial na orientação e fiscalização do trânsito urbano. Teve também uma breve passagem pelos serviços burocráticos da instituição, porém sua maior cooperação à população ilhense se deu no desempenho das funções de Ronda Escolar e no PROERD, onde era instrutora desde 2007. Além de Ilha Solteira, ela também atendia as escolas de Pereira Barreto, Sud Mennucci, Suzanápolis, Itapura, Bandeirantes d´Oeste e Esmeralda, formando mais de 2,9 mil crianças e adolescentes neste período. “É um exemplo de profissional dedicada. Seus números se materializam, quando vemos em outras profissões seus ex-alunos de PROERD, já adultos, exercendo seus ofícios e, livres de qualquer influência prejudicial ao convívio social”, disse o sargento Nunes, comandante do primeiro pelotão da Polícia Militar de Ilha Solteira.


“Foi minha vida”, diz Devanir


Em entrevista, a cabo Devanir Ribeiro dos Santos disse que entrou na Polícia muito nova, mas que realizou um sonho. “Ser policial era tudo o que eu sonhava. Eu busquei um sonho e realizei. Saio de cabeça erguida, porque concluí a minha jornada. Eu sou grata por ter chego a esse final com vida, com saúde, pois não é fácil ser um policial militar. Para ser um você tem que gostar, porque a primeira coisa que você faz é jurar diante da bandeira, que você é capaz de dar a sua vida pelo outro ser humano, que muitas vezes não é capaz de fazer o mesmo por você, porque só vê o lado dele mesmo. É algo gratificante, porque saio de cabeça erguida, vitoriosa por ter conseguido chegar ao final bem, por ter concluído a minha tarefa. Eu sei que as pessoas buscam dinheiro, conforto, carro de luxo. Mas eu busquei a minha satisfação pessoal”, disse Devanir.

Ela também destaca o fato de ter conseguido “voltar para casa” e trabalhar em Ilha Solteira. “Foi algo surpreendente. Hoje, muito policiais não retornam. E trabalhar em Ilha Solteira foi tudo. Estar perto dos meus familiares, do meu pai até o final da vida dele”, afirmou Devanir.

Ela afirma que ainda está se acostumando com a nova rotina, mas que continuará revendo os amigos de farda sempre. “Tinha uma rotina, tinha um horário e isso mudou. Estou assustada, mas fazendo o que gosto, como artesanato. Agora é cuidar do meu filho, cuidar de mim e da minha casa, onde adoro ficar. Mas vou continuar revendo os amigos, pois não é faço deixar para trás quase 31 anos de serviço. Mas estou feliz”, finalizou Devanir.

Fonte: Ilha de Notícias

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