Postos podem ficar sem combustível em Araçatuba-SP
A federação acusa a estatal de fazer “terrorismo”, ao usar o risco de desabastecimento como argumento para suspender a greve na Justiça
A greve dos petroleiros, que teve início no dia 1º de fevereiro, pode deixar boa parte dos postos sem combustível, inclusive em Araçatuba. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a greve que entrou no seu 13º dia nesta quinta (13) e, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), tem a adesão de cerca de 20 mil empregados em 113 unidades operacionais, como plataformas, refinarias e terminais, pode afetar o abastecimento em todo o país.
De acordo com o empresário de Araçatuba Fábio Bisca, do Posto Bisca, na Avenida Pompeu com a rua Tupinambá, por enquanto ainda não há nenhuma orientação da distribuidora sobre a possível falta de combustíveis. Mas, ele é enfático, caso a greve dos petroleiros continue, poderá sim acontecer. “Quando há indícios de falta de combustíveis, o assessor da companhia ou distribuidora entra em contrato para comunicar e a solução é comprar uma maior quantidade para ter estoque e atender a demanda local”, explica.
O dono de um outro posto, que fica na Avenida Brasília com a Pompeu de Toledo, afirma que há uma preocupação com o desabastecimento. “As distribuidoras estão entregando normalmente, mas os estoques estão baixo. Então, estamos nos precavendo e mantendo os tanques cheios, porque na próxima semana a situação pode se complicar”, ressalta. Além disso, segundo o proprietário, há uma expectativa para que os preços subam nos próximos dias por conta do dólar.
Nesta quinta, a ANP enviou um ofício ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) alertando para o risco de a paralisação afetar o abastecimento. Além disso, a Agência lembra que a Petrobras tem mantido as operações de suas unidades com equipes de contingência, mas diz que “tal solução não se sustentará ao longo do tempo, podendo causar impactos na produção de petróleo, gás natural e seus derivados”.
Em ações contra a greve na Justiça, a Petrobras tem reclamado da baixa presença de empregados em suas unidades, apesar de decisão do TST determinando que os sindicatos garantam efetivos mínimos de 90% do pessoal. Ainda não há, porém, registros de dificuldades na compra de produtos por distribuidoras de combustíveis.
A ANP diz, porém, que diante da falta de indicativos de fim da greve, “toda a cadeia poderá ser afetada”.”Cumpre ressaltar que a produção de derivados representa um serviço essencial para o país e o prolongamento da greve poderá afetar não só a produção, como o abastecimento, com consequente prejuízo no pagamento de impostos em todas as esferas da federação”, diz o texto.
O ofício foi enviado ao ministro Ives Gandra, que na semana passada declarou que a greve é abusiva e tem conotação política, determinando multas por não cumprimento de efetivos mínimos e bloqueio nas contas dos sindicatos.
A FUP recorre da decisão, alegando que Gandra desrespeita o direto constitucional à greve. Os petroleiros protestam contra demissões previstas com o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Fertilizantes, no Paraná.
Segundo eles, a Petrobras descumpriu o acordo coletivo de trabalho ao anunciar as demissões sem negociação prévia com sindicatos. Eles questionam também mudanças feitas pela área de recursos humanos da companhia sem negociação.
A federação acusa a estatal de fazer “terrorismo”, ao usar o risco de desabastecimento como argumento para suspender a greve na Justiça. Já é a maior greve da categoria desde a paralisação de 1995, que durou 32 dias. Nos dois casos, os protestos têm como pano de fundo a possibilidade de privatização de ativos da estatal.
Fonte: Folhapress
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