Fibria não descarta consolidação, mas poison pill dificulta mudança em sua estrutura acionária
parceria

Rumores sobre uma possível parceria ou até mesmo aquisição entre Fibria e Eldorado Celulose de Três Lagoas-MS despertaram reiteradas negativas por parte da cúpula da companhia sobre quaisquer negociações do tipo.
Ainda que eventual venda da maior produtora de celulose de eucalipto do mundo venha a ser confirmada no futuro, a concretização dessa hipótese é dificultada por um mecanismo de proteção à dispersão e ao controle acionário.
As especulações sobre uma possível transação entre a Fibria e a Eldorado começaram depois de o blog do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informar que o banco BTG Pactual teria um mandato do grupo Paper Excellence — que comprou a Eldorado em um deal de R$ 15 bilhões — para negociar com a gigante da produção de celulose. A Fibria afirmou desconhecer qualquer tratativa do tipo via fato relevante, mas o comunicado não foi o suficiente para minar a dispersão dos rumores.
Fontes afirmaram ao jornal Valor Econômico que, diferente do veiculado por Lauro Jardim, o negócio em debate seria a realização de uma joint venture para unir operações em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.
Em teleconferência com analistas do mercado financeiro realizada na terça-feira (30), Marcelo Castelli, presidente da Fibria, voltou a negar as informações que circulavam na imprensa, mas não retirou do horizonte a possibilidade de uma operação de M&A.
Ao responder a pergunta dos analistas, Castelli explicou que a companhia está aberta para estudar oportunidades de consolidação de mercado a fim de gerar valor, mas salientou que a Fibria "não está com pressa" para realizar tal movimentação.
"Posicionamos a empresa para estar preparada para uma [eventual] consolidação e ser um importante jogador. Essa é a mensagem. Nós não estamos com pressa e estamos negando oficialmente o que as fofocas que surgiram na imprensa", argumentou.
Poison pill
Com a fala, o executivo buscou reduzir a ansiedade do mercado, depois de ver o valor das ações da Fibria disparar em resposta aos rumores na mídia. Ainda que a companhia estivesse sedenta por ser vendida ou se fundir com outra empresa, qualquer operação que resulte em uma compra significativa de capital social deve enfrentar um complexo obstáculo societário que visa proteger o controle da produtora de celulose.
Da forma como está redigido hoje, o estatuto social da Fibria conta com um importante mecanismo de proteção de controle conhecido como poison pill. Segundo o documento, qualquer indivíduo que adquirir direta ou indiretamente 25% ou mais do capital social votante da companhia fica obrigado a realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar a totalidade das ações de emissão da empresa.
Mecanismos de defesa contra aquisições oportunistas e modelo de poison pill.
As regras definidas para a aquisição desses papéis, porém, são bastante agressivas. O estatuto define que a OPA deve ser efetivada em leilão na B3 e que as ações devem ser pagas à vista, em moeda nacional. A precificação dos títulos ainda deve ser maior que o estimado em um laudo de avaliação econômico contratado pela Fibria e acrescido de um prêmio de 50%.
Atualmente, a estrutura acionária (ON) da empresa é dividida em 29,49% para a Votorantim, 29,08% para o BNDESPar e 41,34% circulam no mercado. Até o fechamento desta reportagem, a cotação das ações da companhia beirava os R$ 55 e o EBITDA calculado no fechamento do quarto trimestre de 2017 chegou a R$ 1,9 bilhão.
Esse cenário sugere que a criação de uma terceira empresa para unir operações sem esbarrar na distribuição das ações da Fibria poderia ser menos custosa. Questionado, Castelli afirmou que a companhia e a concorrente Eldorado "podem criar sinergias coorporativas".
O executivo considera que o crescimento do projeto Horizonte 2, em Três Lagoas, é um dos caminhos para a geração de valor para a companhia e afirmou que há uma "preferência pela consolidação", que pode ser uma opção em paralelo ao crescimento orgânico.
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