'Ele era ciumento', dizem testemunhas que convivam com idosa morta após incêndio provocado pelo marido

Vítima estava em casa quando marido teria colocado fogo no imóvel

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'Ele era ciumento', dizem testemunhas que convivam com idosa morta após incêndio provocado pelo marido

A Polícia Civil ouviu, até o momento, cinco pessoas que conviviam com a aposentada Dulci da Silva Martinelli, de 80 anos.

A vítima morreu após um incêndio na casa dela, há 2 dias, que teria sido provocado pelo marido, de 76 anos. O suspeito permanece internado na Santa Casa, em Campo Grande, e a polícia o aguarda para depoimento.

As testemunhas, ainda conforme a polícia, estão entre amigas, cuidadoras que trabalhavam na casa e até mesmo quem tentou socorrê-la, na data do incêndio, no bairro Tarsila do Amaral.

No depoimento que consta na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), algumas disseram que o idoso não era agressivo, porém, tinha sim "atitudes ciumentas" com Dulci. Outras, no entanto, afirmaram que ele era sim um "marido ciumento".

Agora, a polícia aguarda a alta médica do suspeito para interrogá-lo. A investigação diz que deve aguardar até a próxima terça-feira (8) para ver se ele tem alta médica, já que o inquérito precisa ser relatado. Mesmo assim, o suspeito já está preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva.

Filho fala da "saudade e indignação"
 
Nessa terça-feira (1°), pesente no velório e sepultamento da mãe, o comerciante Jayme Ulysses Marques, de 49 anos, lamentou o crime e falou que agora "fica a saudade e muita indignação" com tudo o que aconteceu.

"Ela estava conosco, com os filhos, e tinha se encorajado, tinha a medida protetiva contra ele. Mas, há dois dias, ela disse que tinha que voltar pra casa porque ele estava com câncer. Ela disse: 'não quero deixá-lo sozinho'. Nós então a deixamos ir e estávamos conversando por telefone. Agora, fica a saudade e muita indignação", disse ao G1 na ocasião.

Segundo Ulysses, a aposentada Dulci da Silva Martinelli e o suspeito foram casados por cerca de 10 anos. "Ela conheceu ele velhinha já, estava com 70 anos. E sempre foi um relacionamento de altos e baixos, só que ela demorou muito para nos falar alguma coisa e eu nunca fui de ficar questionamento muito a vida das outras pessoas. Quando ela criou coragem, nos contou que ele a xingava, batia na cabeça dela e o pessoal da vizinhança quase não a via", lamentou.

Ainda conforme o filho, a mãe alegou que o motivo das agressões físicas era o ciúmes. "Nós conversávamos bastante, mas, ela achava melhor ficar com ele do que com os filhos. Todos tinham um bom relacionamento com ela. Minha mãe teve 10 filhos, 8 estão vivos. E ela estava lá, deitada, quando foi encontrada quase sem vida e depois não resistiu", falou.

O incêndio
 
A idosa morreu na madrugada dessa segunda-feira (30) após ter a casa incendiada pelo marido, na região norte de Campo Grande, segundo a polícia.
Testemunhas relataram a polícia que a vítima estava deitada na cama com um pano na boca e que durante o resgate da mulher, o marido foi visto próximo ao botijão de gás.

Em contato com o filho da vítima, o homem contou à polícia que a mãe possuía medidas protetivas contra o suspeito, desde setembro.

Registrado como incêndio criminoso, os bombeiros informaram que o fogo tomou conta de toda a edícula da casa, porém, dentro da residência, apenas locais específicos pegaram fogo como os dois sofás da sala e o guarda-roupa que ficava dentro do quarto onde a vítima foi encontrada.

De acordo com o Corpo de bombeiros, foram usados cerca de 2 mil litros de água e 4 viaturas para conter o avanço do fogo.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tentou realizar os processos de reanimação, mas a vítima não resistiu e morreu no local. O homem, foi atendido e conduzido até a Santa Casa por apresentar cortes nas mãos e inalar muita fumaça.

Fonte: G1 MS / Foto: reprodução rede social

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