Com mandado de prisão em aberto, envolvido no assassinato de Miguel Tabox está morto desde 2001

Apesar de ainda constar como foragido, Jesuel faleceu seis meses após matar Miguel Tabox.

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Com mandado de prisão em aberto, envolvido no assassinato de Miguel Tabox está morto desde 2001

TRÊS LAGOAS: Jesuel Apolinário dos Reis, conhecido como Regis ou Ceará, apontado pela polícia como o homem que efetuou os disparos contra o ex-prefeito de Três Lagoas, Miguel Tabox, em janeiro de 2001, no bairro Vila Nova, estava sendo procurado em virtude de ter em seu desfavor um mandado de prisão em aberto com validade até junho de 2041.

Apesar de ainda constar como foragido, Jesuel faleceu seis meses após matar Miguel Tabox. A informação da morte dele foi confirmada pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. As causas da morte e onde ocorreu não foram divulgadas. A certidão de óbito dele foi anexada aos autos.

Em virtude da sua morte, ele não chegou a ser preso e julgado. Assim sendo, com fulcro no art. 107, inciso I, do Código Penal, foi declarada extinta sua punibilidade em abril no ano passado. O processo foi transitando em julgado, arquivado com as cautelas legais. A Justiça deve solicitar a devolução do mandado.

O ASSASSINATO

Após perder a primeira mulher, em janeiro de 1989, o ex--prefeito começou a se envolver com mulheres - em sua maioria bem mais jovens. A última delas é justamente a que é acusada deter planejado o crime, junto como amante e o pai dele. O relacionamento entre Tabox e Milena teve início quando ela tinha apenas 15anos. Na época, Milena era quarenta e cinco anos mais nova do que ele. O casamento dos dois durou sete anos.O motivo do crime teria sido uma casa no Bairro Nossa Senhora Aparecida que Tabox havia dado para a mulher.Mais tarde o imóvel virou motivo de inúmeras brigas entre o casal.Em outubro de 2000, o ex--prefeito colocou a casa à venda,através de corretor -sendo esta avaliada em R$ 200 mil – com a intenção de aliená-la, pagar todos os seus débitos – calculados em aproximadamente R$80 mil- e com o restante do dinheiro compraria outra casa para ele e Milena viverem.Dois meses antes do crime,mais ou menos, Milena e “Sandrinho”passaram a ter encontros amorosos. No final de dezembro, os ânimos entre Tabox e a esposa se acirraram, e Milena saiu de casa para ficar como rapaz que na época também era casado.

Tabox tentou reatar o casamento, mas Milena não aceitava.Por causa dessa situação, ele teria falado para a esposa que não iria mais vender a casa e daria a metade que lhe pertencia.De acordo com o Ministério Público (MP) -para “Sandrinho” e Milena a única forma de terem a casa livre de qualquer ônus era a morte da vítima; assim, o casal e o advogado Lino contrataram dois pistoleiros – Jesuel Apolinário dos Reis,o “Ceará” e André Luciano de Carvalho conhecido como “Preto” - para tirarem a vida do ex-prefeito. A dupla receberia pelo assassinato R$10 mil sendo R$ 5 mil para cada um.“Sandrinho” conheceu Carvalho em de-zembro do ano 2000,quando lhe emprestou uma moto e dois capacetes para que este os utili-zasse para matar Edvaldo Ferreira da Silva, o “Gato Preto”.Tramando a morte davítima, no dia 04 de janeiro de 2001 o pai de “Sandrinho” orientou e, inclusive datilografou um bilhete pedindo a Milena que fosse até a Delegacia da Mulher e registrasse um boletim de ocorrência com a denominação de Preservação de Direito, onde noticiava que ela teria deixado o lar, em virtude de estar sendo maltratada por Tabox, tornando insuportável a vida em comum.

Milena sempre quis vender a casa,depois de decidir definitivamente que não queria mais morar com Tabox; porém, após saber que o marido seria assassinado,mudou de opinião.No dia 08 de janeiro de 2001, por volta das 19h45, na Rua Augusto Correia d Costa no Bairro Vila Nova, Reis -ocupando a garupa da motocicleta pilotada por “Preto” atirou e matou Tabox que estava na direção do veículo Ford Courrier e distraidamente conversava com um casal.A morte do ex-prefeito teve repercussão nacional.

JULGADOS

No mês de maio de 2002 o advogado José Batista Ferreira Lino foi executado com 12 tiros de pistola que o acertaram na cabeça, tórax e clavícula. O corpo dele foi encontrado na calçada da Rua Manoel Jorge, próximo ao clube da Brasil Telecom no Bairro Santos Dumont

Milena foi condenada à pena de 8 anos e 8 meses de reclusão. Carvalho foi levado aJúri Popular e condenado a 18 anos de prisão por coautoria em homicídio duplamente qualificado. Alessandro Vaz Lino foi preso no interior de São Paulo no ano de 2006. Ele foi condenado há 28 anos e seis meses por dois homicídios qualificados. Além dos crimes contra a vida, “Sandrinho”também acabou condenado a três anos e quatro meses,em regime semiaberto,por falsificação de documento público,receptação e posse de drogas para uso próprio.

Mesmo tendo cumprido o prazo necessário para migrar para o regime semiaberto, ele não preencheu as exigências criminológicas e psicológicas. Pelos laudos apresentados à Justiça, o presidiário tem traços de agressividade e periculosidade, não está preparado para o convívio social,tem alterações de afetividade e chega a ser violento e vingativo em certas circunstâncias. Jesuel Apolinário dos Reis, na época era considerado foragido da Justiça.

 

Fonte: HojeMais

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