Em 2017 foram registrados 1.310 Boletins de Ocorrências por mulheres vítimas de qualquer tipo de agressão por parte dos companheiros em Três Lagoas. Somente em janeiro deste ano, conforme relata em entrevista ao Hojemais a delegada Letícia Móbis, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) - 112 ocorrências já foram registradas. Destaques para o caso do homem de 30 anos que jogou a mulher de 35 anos pela janela do apartamento em um conjunto habitacional, no primeiro dia do ano. Neste caso, a delegada explica que a vítima não passou por exames de corpo de delito e o processo está em fase de ouvir oitivas. Ainda em janeiro outra tentativa de feminicídio. Desta vez, o esposo veio a esfaquear a sua companheira. Já no último fim de semana, uma mulher foi vítima de um homem enciumado que a arrastou pelos cabelos e a ameaçou de matá-la com uma faca. Na quinta-feira, 15, um homem ateou fogo na própria residência. De acordo com a delegada, em setembro de 2017 a mulher havia registrado um B.O. contra o esposo que não aceitava o fim do relacionamento e a perturbava, insistindo em voltar com o relacionamento. Neste caso, a mulher solicitou uma medida protetiva. O homem correu riscos de morte, já que ficou dentro da residência enquanto o fogo se alastrava pelos cômodos. Ele foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e depois foi preso por ter provocado o incêndio e pela ameaça à esposa. Letícia Móbis diz que a delegacia tem registrado mensalmente, 120 a 130 boletins. Para ela, isto quer dizer que as mulheres têm procurado o órgão para denunciar os crimes praticados pelos companheiros. Mas, o problema maior, de acordo com ela, é que muitas acabam desistindo de dar sequência nos processos e isto preocupa, já que na maioria das situações, os casos evoluem para homicídios e tentativas. A delegada ressalta que casos registrados de lesão corporal não têm mais volta e, querendo ou não, o agressor é processado. FEMINICÍDIOS Semelhanças entre os dois crimes de feminicídios ocorridos em Três Lagoas, no início deste ano, com a diferença de pouco menos de um mês, chamam a atenção de toda a população da cidade. Nestes casos, os maridos mataram, de forma brutal, suas respectivas esposas por não aceitarem o fim do relacionamento e cometeram suicídio na sequência. O primeiro no domingo - dia 14 de janeiro - com a morte de Halley Coimbra Ribeiro Junqueira, de 39 anos, com três disparos de arma de fogo, efetuados pelo ex-gerente de uma fábrica de celulose - conhecido como Renato Ottoni Bastos - de 62 anos, em sua residência, no Bairro Santa Júlia, Zona Leste, em Três Lagoas. O segundo crime ocorreu na tarde desta sexta-feira - dia 9. Uma mulher identificada por Larissa Souto Pereira de Freitas - de 42 anos - foi morta pelo ex-marido, mototaxista, Marcos Sérgio da Silva Castro - de 48 anos - também com três disparos de arma de fogo, na presença do filho, de 22 anos.

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