Um ano depois de ocupar o 22º lugar entre as cidades brasileiras que mais geraram postos de trabalho, Três Lagoas,na divisa com o estado de São Paulo, despencou no ranking e registrou em 2014 o segundo pior resultado do país, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego na sexta-feira (23). Como reflexo, o saldo positivo gerado em 2013 (6.713 vagas) foi zerado com o resultado de 2014, que ficou negativo em 7,6 mil postos de trabalho. De acordo com Caged, entre janeiro a dezembro de 2014, as empresas do município contrataram 24.694 contra 32.313 demissões. Os meses com maior número de demissões foram: abril (4.010), outubro (3.774) e fevereiro (2977). Dentre os cinco setores mais importantes da economia de Três Lagoas, construção civil foi disparado o setor que mais demitiu em 2014. Foram 13.022 desligamentos contra 5.467 contratações; em segundo ficou a indústria, que acumulou saldo negativo de 509 vagas, seguido de setor de serviços, com saldo negativo de 272. Comércio (181) e Agropecuária (109) foram na contramão da onda de demissões e fecharam 2014 com saldo positivo. Construção civil O fraco desempenho da construção civil, segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, está diretamente ligado ao imbróglio envolvendo a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3) da Petrobrás no município. Apesar do início promissor, e mesmo tendo 82% das obras concluídas, o contrato com o consórcio responsável pela obra, formado pela empresa chinesa Sinopec e a brasileira Galvão Engenharia, foi rescindido por "descumprimento do contrato" segundo a estatal. Com o fim do contrato, milhares de operários foram desligados. De acordo com o Caged, o município de Três Lagoas registrou, só nos últimos três meses do ano passado, 4,5 mil demissões na construção civil. Neste período foram registradas apenas 350 contratações com carteira assinada no setor.

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