Enquanto gigantes da celulose avançam e geram empregos, UFN-3 segue parada e nova promessa vira mais um capítulo da novela

A UFN-3 está com 81% da estrutura pronta, mas parada desde 2014

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Enquanto gigantes da celulose avançam e geram empregos, UFN-3 segue parada e nova promessa vira mais um capítulo da novela

Três Lagoas segue vivendo um contraste que salta aos olhos: enquanto as gigantes da celulose expandem suas operações, geram milhares de empregos e movimentam a economia de Três Lagoas e Estadual, a UFN-3 — prometida como a maior fábrica de fertilizantes da América Latina — continua abandonada, acumulando ferrugem, promessas e frustrações.

Mais uma vez, a tão aguardada retomada da obra foi adiada, e o que seria a salvação econômica para o setor de fertilizantes se arrasta como uma novela sem fim.

A fase de entrega de propostas para a licitação da conclusão da obra, prevista para a última semana, foi empurrada para o final de agosto. A justificativa veio da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que afirmou que o cenário geopolítico internacional — com tensões entre Irã e Israel e a política tarifária instável dos Estados Unidos sob o governo Trump — tem afetado diretamente os preços do petróleo e, por consequência, os custos do projeto.

Mesmo com o novo atraso, o cronograma da Petrobras mantém a previsão de assinatura do contrato entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026, com retomada das obras em março de 2026.

“Licitação a gente sabe como começa, mas não como termina. O importante é que o governo federal reconhece a importância estratégica da UFN-3”, declarou Tebet, que é natural de Três Lagoas.

O governador Eduardo Riedel também reforçou a importância do projeto, destacando que a planta tem potencial para suprir até 15% da demanda nacional por fertilizantes nitrogenados, impulsionar o agronegócio e atrair grandes investimentos logísticos para o Centro-Oeste.

A UFN-3 está com 81% da estrutura pronta, mas parada desde 2014. Mais de R$ 3 bilhões já foram investidos no local, e a previsão atual é de que outros R$ 5 bilhões sejam necessários para sua conclusão.

Em 2022, a empresa russa Acron chegou a manifestar interesse, mas foi rejeitada após propor mudanças no projeto original, o que desagradou o governo estadual e a Prefeitura de Três Lagoas.

Enquanto a celulose avança em ritmo acelerado e consolida a cidade como polo industrial do país, a UFN-3 segue como um retrato do desperdício e da burocracia.

Um gigante de concreto e aço que deveria impulsionar a produção nacional de fertilizantes, mas que, por enquanto, continua sendo apenas mais um capítulo amargo da longa novela chamada “promessa não cumprida”.

 

 

Fonte: Da Redação

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