Drama na Santa Casa: Idosa de Três Lagoas espera há mais de uma semana por cirurgia e sofre com cancelamentos
Moradora de Três Lagoas, Cleuza foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande para realizar uma cirurgia ortopédica

A história de Cleuza Francisca de Souza Siqueira, de 62 anos, é mais um retrato da grave crise que assola a saúde pública em Mato Grosso do Sul.
Moradora de Três Lagoas, Cleuza foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande para realizar uma cirurgia ortopédica após sofrer uma grave fratura na coluna no dia 3 de abril, quando foi atingida pelo portão de sua própria casa.
Desde então, o drama da família se transformou em angústia e descaso.
Sua filha, Sônia Siqueira, largou o emprego de operadora de caixa em Três Lagoas para acompanhar a mãe na capital, acreditando que o procedimento seria rápido. Porém, mais de uma semana depois, a cirurgia ainda não foi realizada.
O drama começou no dia 22 de abril, quando Cleuza foi orientada a entrar em jejum às 22h para uma cirurgia agendada às 15h do dia seguinte. A idosa permaneceu mais de 20 horas em jejum, mas às 17h veio a notícia devastadora: a cirurgia foi cancelada por falta de materiais.
E o pesadelo se repetiu:
Na mesma noite, nova orientação de jejum para uma cirurgia na manhã seguinte.
Mais uma vez, a paciente ficou horas sem comer, tomou banho, se preparou... e a cirurgia foi novamente cancelada, sem explicações claras.
Foram três cancelamentos consecutivos, sempre após longos períodos de jejum e expectativas frustradas.
"Minha mãe ficou 23 horas em jejum para depois cancelarem a cirurgia dela. Isso aconteceu três vezes. Isso é um descaso!", desabafa Sônia.
Sem respostas concretas, Sônia procurou a Ouvidoria da Santa Casa, exigindo informações sobre a data e a realização da cirurgia.
"Se eles não têm condições de fazer, por que aceitam o paciente aqui?", questiona, indignada.
Crise e colapso na saúde
A Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma grave crise financeira desde o início do ano, que resultou no fechamento temporário de setores importantes, como o ortopédico — justamente onde Cleuza está internada.
Apesar de recentes repasses emergenciais da Prefeitura e do Governo do Estado, a situação parece longe de ser normalizada.
Em nota enviada no último dia 16, a instituição reconheceu o problema e afirmou que medidas estavam sendo tomadas para regularizar os atendimentos.
Entretanto, casos como o de Cleuza mostram que a realidade nos corredores ainda é de insegurança, sofrimento e incerteza.
Enquanto isso, Sônia e sua mãe seguem esperando — e lutando — para que uma cirurgia, que deveria ser simples e urgente, não se torne um drama ainda maior.
Fonte: Da Redação
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