André venceu a dengue "algumas vezes", mas não resistiu à covid-19
Com maioria dos familiares contaminados pela doença, despedida de André foi acompanhada pela tela do celular

Depois de vencer “algumas vezes” a dengue, André Cardamone Junior, 57 anos, não resistiu à covid-19. Último óbito registrado pela doença, o 13º em Mato Grosso do Sul, o marceneiro foi enterrado às 00h15 de hoje em Brasilândia, e apenas um irmão pôde acompanhar, de longe, a cerimônia.
Com filhos, enteados e outras pessoas da família também infectados com o novo coronavírus, André, que era diabético, não pôde receber o adeus de nenhum deles, todos em isolamento domiciliar.
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Um dos três filhos do marceneiro, Alexandre Miranda Cardamone, de 33 anos, que é administrador de empresas, falou sobre como é “assustador” vivenciar essa situação e de como o novo coronavírus não é uma doença “boazinha”.
Ativo na cidade, que fica a 383 Km de Campo Grande, André fazia mutirões em parceria com a comunidade local para combater a dengue e sem lembrar exatamente quantas vezes o pai havia se contaminado com a doença, Alexandre afirmou apenas que havia “escapado da dengue algumas vezes”.
“Até umas semanas atrás estávamos fazendo enfrentamento à dengue, mutirão e estávamos conseguindo reduzir os números da cidade”, relembrou o filho, que acredita que a covid-19 é mais grave que a doença transmitida pelo Aedes aegypti.
Sobre o que poderia ter sido feito para que seu pai não tivesse falecido, ele é assertivo em dizer que “era esse vírus não ter chegado na cidade”. Alexandre afirma, por exemplo, que na empresa em que trabalhava com o pai, todas as regras de biossegurança eram tomadas e por causa disso, avalia, que não sejam tão eficazes. “Nada é 100%, né?”.
Ele contou que um dos 30 funcionários da empresa foram infectados, mesmo seguindo as normas previstas de segurança. “Usamos álcool em gel, máscaras. Mas o problema desse vírus é que os sintomas aparecem depois do contágio, é invisível”, lamentou.
Além disso, para ele, o fato do pai ser muito ativo e comunicativo, estar sempre na linha de frente do trabalho da empresa e nos serviços que limpeza que foram agregados à marcenaria, facilitou tanto que ele fosse infectado pela covid-19, quanto que a transmitisse para outras pessoas.
Fonte: Campo Grande News

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