Um episódio lamentável e revoltante chocou familiares, amigos e a comunidade de Três Lagoas nesta semana. O túmulo do empresário, radialista e ex-vereador Romeu de Campos Júnior foi alvo de um brutal ato de vandalismo no Cemitério Municipal Santo Antônio, na última quarta-feira (30).

Romeu, falecido em fevereiro de 2022 em decorrência de um AVC, teve sua sepultura coberta com fezes e sua fotografia e estrutura danificadas com objetos cortantes.

Além de uma afronta à memória de um homem público respeitado, o ato configura crime, segundo o Código Penal Brasileiro. Por ter ocorrido em um cemitério, local de culto e respeito, o caso pode ser enquadrado como crime contra o sentimento religioso (Art. 208), com pena de detenção de 1 mês a 1 ano ou multa.

Caso se comprove motivação política ou ideológica, o crime pode ser agravado com base no Art. 61, devido à trajetória pública do radialista.

A viúva de Romeu, a também empresária e diretora da Rádio Caçula FM, Toninha Campos, expressou sua indignação em seu programa ao vivo nesta quinta-feira (31). “Não vou permitir que ninguém faça isso com a memória do Romeu. Vamos atrás de justiça. Deixem ele em paz!”, declarou.

Os filhos do casal, Fábio e Marco Campos, afirmaram que um boletim de ocorrência será registrado e que medidas legais já estão sendo tomadas para que o autor do crime seja identificado e responsabilizado.

Ataques recorrentes em sepulturas

No local foi constatado que o vandalismo no Cemitério Santo Antônio não é um caso isolado. Diversos túmulos têm sido alvos de furtos e depredações: santos quebrados, letreiros arrancados e até cruzes furtadas. Em alguns casos, estátuas religiosas aparecem sem cabeça, o que revela um cenário de abandono e insegurança.

Resposta da administração

Em nota ao TL Notícias, a administração do Cemitério Santo Antônio confirmou o vandalismo ao túmulo de Romeu e informou que a equipe de manutenção atuou prontamente com a limpeza e reparos possíveis.

A direção explicou que o cemitério tem acesso público e livre, o que dificulta o controle de circulação fora do horário comercial, mas reforçou que “todos os esforços estão sendo feitos para garantir a ordem, a limpeza e o respeito às famílias e aos que ali estão sepultados”.

Desrespeito à memória é passível de punição

Apesar de o crime de injúria normalmente se aplicar a pessoas vivas, há respaldo jurídico para aplicar penalidades quando a ofensa à imagem do falecido tem por objetivo atingir os familiares ou manchar sua reputação. Juristas classificam isso como injúria à memória dos mortos, e em locais sagrados como cemitérios, agrava-se pela violação ao sentimento religioso.

A família Campos reforça que não vai descansar até que o responsável por este ato cruel seja identificado. A memória de Romeu, como de todos os que ali descansam, merece respeito, dignidade e justiça.

Fonte: Da Redação