Com lojas fechadas, Dia das Mães será de ‘vacas magras’ para o comércio de Araçatuba

O enfraquecimento nas vendas é tão certeiro que, nesta quinta-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou e discutir com empresários a possibilidade de adiar a data comemorativa

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Com lojas fechadas, Dia das Mães será de ‘vacas magras’ para o comércio de Araçatuba

Considerada a segunda principal data comemorativa após o Natal, em se tratando de vendas e faturamento para o comércio, o Dia das Mães deste ano será de “vacas magras” para o empresariado de cidades da região de Araçatuba. Isso porque a maioria das lojas estão fechadas ou seguindo duras restrições para atender seus clientes, conforme medidas implementadas pelo governo do Estado e municípios para conter a pandemia do novo coronavírus.

O enfraquecimento nas vendas é tão certeiro que, nesta quinta-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou e discutir com empresários a possibilidade de adiar a data comemorativa. A ideia e transferir o Dia das Mães, marcado no calendário para ser celebrado em 10 de maio, para uma outra data no mês de agosto.

A proposta ainda será amplamente debatida nos próximos dias. No entanto, em Araçatuba, representantes da Alca (Associação dos Logistas do Calçadão de Araçatuba) e do Seca (Sindicato dos Empregados no Comércio de Araçatuba) não descartam a possibilidade de programar para um período pós-pandemia datas especiais de vendas com a finalidade de, ao menos, amenizar os prejuízos causados pelo fato de a grande maioria das lojas estarem fechadas.

A restrição à abertura ampla do comércio no Estado vai até o dia 10 de maio, conforme decreto assinado pelo governador João Doria. Em Araçatuba, a administração municipal publicou esta semana um outro decreto viabilizando a retomada de algumas atividades de serviços. Porém, sem contemplar os comerciantes a tempo de garantirem as vendas de presentes para o Dia das Mães.

Consultado pela reportagem de O Liberal Regional, o presidente da Alca, César Braga, diz não ter condições de avaliar o tamanho do prejuízo que terá de ser enfrentado pelo comércio local. No entanto, ele afirma que, apesar de muitos comerciantes pedirem a abertura imediata das lojas, mesmo que para isso tenham que seguir restrições que contenham a disseminação do novo coronavírus, compete a autoridades municipais e estaduais decidirem sobre o que poderá ou não ser feito.

“E pelo que estamos vendo, não deverá acontecer nada de diferente do que estamos enfrentando, pelo menos até o dia 10 de Maio, justamente a data em que celebramos nossas mães e que vence o decreto do governo estadual com as medidas impostas contra a Covid-19”, diz o empresário.

Para Braga, que já esteve por três vezes na Prefeitura acompanhando representantes do comércio em reuniões com o prefeito Dilador Borges (PSDB) e secretários municipais, o momento é complicado para quem depende das vendas para manter seus comércios, empregos e fazer a economia da cidade girar. Porém, é preciso pensar em alternativas que pelo menos amenizem o sofrimento econômico enfrentado pelos empresários de Araçatuba e demais cidades pelo país.

“Nós comerciantes teremos que tirar duras e verdadeiras lições desse período de crise. Muitos de nós teremos que mudar nossos sistemas de venda. Teremos de usar de forma mais contundente as ferramentas virtuais para vendermos nossos produtos. A internet está aí cada vez mais ganhando espaço na venda de produtos e teremos que nos apropriar dela para fazer o que já fazem tantas empresas”, diz Braga.

Para o presidente da Alca, a situação vivida pelos comerciantes do Calçadão e demais centros de vendas em Araçatuba é tão complexa que não há meios de se calcular quanto cada empresário deixará de vender por conta do Dia das Mães. “Essa é a nossa segunda melhor data comemorativa depois do Natal. Ainda temos pela frente Dia dos Pais e o Dia dos Namorados, que se equivalem em vendas. Também não sabemos se, até lá, a situação de saúde no país estará resolvida e a pandemia de coronavírus controlada”, avalia.

VAMOS VENDER A CIDADE

Para o presidente do Seca (Sindicato dos Comerciários de Araçatuba e Região), José Carlos dos Santos, abrindo ou não o comércio de imediato, para contemplar o Dia das Mães, não resolverá em muita coisa o impacto já causado pela pandemia de Covid-19.

Ele avalia ser melhor as entidades de classe de Araçatuba, que representam comerciantes e comerciários, se reunirem assim que a crise na saúde estiver controlada e definir datas para a realização de campanhas com a finalidade de vender os produtos que estão estocados nas lojas.

“Vamos nos unir, dialogar sem vaidades e planejar formas de colocarmos a ‘cidade a venda’, fazendo com que em dias determinados o comércio abra suas portas para receber clientes e assim fazer girar a economia”, avalia. “Precisamos levar em consideração que a economia é mutável, apesar das dificuldades de cada um, e a vida que temos é uma só. Por isso, precisamos muito de tradar das coisas com muita conversa entre as partes envolvidas”.

José Carlos lembra que, em muitos estabelecimentos comerciais de Araçatuba, os empresários estão aderindo a programas de ajuda criados pelo governo federal e promovendo a suspensão de contratos, evitando assim demissões em massa de seus funcionários.

Fonte: O Liberal

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