Eldorado Brasil de Três Lagoas é citada por Cleto em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República

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 Eldorado Brasil de Três Lagoas é citada por Cleto em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República
Em mais uma fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (1º) o doleiro Lúcio Bolonha Funaro em São Paulo-SP. Ele é ligado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara dos Deputados, segundo as investigações. A operação de hoje, que ocorre ao menos três Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco) e no Distrito Federal, foi batizada de Sépsis e é comandada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Segundo a PF, a origem do nome Sépsis faz referência ao quadro de infecção generalizada, quando um agente infeccioso afeta mais de um órgão. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). No total, estão sendo cumpridos 1 mandado de prisão e 19 de busca e apreensão, sendo 12 em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, três em Pernambuco e dois no Distrito Federal. A Eldorado Brasil, uma empresa de celulose, que faz parte da holding J&F, que controla o grupo JBS, é alvo de buscas e apreensões. A sede da empresa fica no mesmo prédio da JBS, em São Paulo. A residência do controlador da J&F, Joesley Batista, foi alvo de buscas hoje. Em nota, a JBS diz que não é alvo e que não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", outro alvo de buscas é o empresário Henrique Constantino, herdeiro da Gol Linhas Aéreas. A ação é baseada nas delações de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa indicado por Cunha, e de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, segundo o "Estadão Conteúdo". Em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleto contou que Cunha cobrava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo fundo. Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão para obras numa fábrica em Três Lagoas (MS), mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Nesse caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que sua parte foi de R$ 940 mil. O delator contou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele por Funaro num jantar na casa do operador financeiro. A residência de Batista também foi alvo de buscas hoje. Após a deflagração da operação, Cunha afirmou que desconhece "o conteúdo da delação" de Cleto e que, por isso, não poderia comentar detalhes. "Reitero que o cidadão delator foi indicado para cargo na Caixa, pela bancada do PMDB/RJ, com meu apoio, sem que isso signifique concordar com qualquer prática irregular. Desminto, como aliás já desmenti, qualquer recebimento de vantagem indevida. Se ele cometeu irregularidades, que responda por elas", disse Cunha. Outra delação A delação premiada de Mello, firmada com a Procuradoria-Geral da República, aponta um suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM). Eles negam as acusações. Mello afirmou em seu depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses. Funaro e o lobista Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores.

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