“Lagoa Maior corre o risco de desaparecer em 10 anos”, diz André
cartão postal da cidade

Principal cartão postal de Três Lagoas, a Lagoa Maior corre o risco de desaparecer em dez anos. Segundo o pesquisador Prof. Dr. André Luiz Pinto e Coordenador do Laboratório de Análise Ambiental, a Lagoa - que já secou na década de 80 devido às escavações da urbanização - irá reduzir drasticamente o seu volume de água.
"No prazo de 10 a 15 anos, há uma grande probabilidade. Se não secar, o nível da água será extremamente pequeno e grande quantidade de matéria orgânica que se tem dentro do solo irá comprometer a vida dos peixes" – destaca.
Os estudos à cerca das lagoas do município iniciaram em 2006; foram feitos planos de manejos e sugestões emergenciais para amenizar problemas no local. Através de uma dessas pesquisas, direcionada a um mestrado, descobriu-se uma rápida perda de vazão na Maior.
"É um problema ambiental sério, que se encontra já há algum tempo; ela está diminuindo o seu volume. Um dos lugares mais profundos da Lagoa, em 2004, tinha em torno de 3,90 metros e em uma orientação de mestrado de 2014 nós fizemos uma batimetria e o lugar mais fundo caiu para 1,90 metro - mostrando que está havendo uma rápida perda de vazão. Atualmente, nós conseguimos ver bem - pelo recuo das margens - os bancos de areia" - diz.
Uma das características da seca da Lagoa, conforme o pesquisador, é a perda da capacidade de absorção da água - que faz parte da bacia do Córrego do Onça. "Antes havia a área de infiltração e, mesmo com a estiagem, o corpo hídrico era alimentado. Hoje - com a impermeabilização - quando chove, a água vai direto nas Lagoas, aumenta o nível e, na época da estiagem, seca demais. Significa um rebaixamento do nível do lençol freático" - descreve.
O asfalto, segundo ele, é outro agravante. "Na década de 80 toda aquela parte do OT até à Estrada ‘boiadeira’ não era asfaltada; em seguida, houve o asfaltamento. Essa grande impermeabilização está provocando, na época das chuvas, um volume de água grande e na época de estiagem - por não ter infiltração - um abaixamento muito brusco no nível da água" - reitera.
Recuperação
O coordenador explica que, por ser uma área urbanizada, é árduo fazer com que a Lagoa Maior se recupere; no entanto, algumas iniciativas podem ajudar.
"Houve uma iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente, onde construíram-se algumas molduras vegetais, ou seja, teve uma recomposição ao longo da Lagoa. Seria extremamente interessante se ampliassem. Em contrapartida, os comércios nos arredores reclamam e acham que mais árvores podem tirar a vista da paisagem" – afirma.
"São questões ambientais que precisam ser levadas em consideração. A própria população - fazendo piquenique e deixando resíduos; pessoas que entram com trator; com carro próximo - são ações que deveriam ter uma visão conjunta; porque, como é um bem público, lá deveria ter um tratamento, uma consciência da população em ajudar" - completa.
Solução
Luiz diz que alguns dos estudos tiveram o financiamento da Prefeitura Municipal de Três Lagoas e foram passados ao Ministério Público. Para ele, uma das soluções seria um plano de manejo do sistema fluvial.
"A sociedade teria de pressionar o poder público, para se fazer logo um plano de manejo. Não só na Lagoa Maior ou das outras lagoas; mas, um plano do Córrego da Onça como um tudo, porque é um sistema fluvial. Às vezes, o problema maior pode estar sendo gerado mais próximo da foz" – conta.
O Fiscal Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - Flávio Henrique Fardin – diz, em nota, que, para conter os processos de assoreamento da Lagoa Maior, ela possui ao seu redor, lagoas de contenção que retém a maior parte do sedimento carregado, deixando ir para a lagoa - a água; com isso, de tempos em tempos, o excesso de areia é retirado destas lagoas de contenção.
"Como as lagoas são o ponto mais baixo da região central da cidade, é natural que as águas pluviais vertam diretamente para elas, levando, não somente o sedimento; mas, também, lixo e, mesmo, um grande volume de água, devido à intensificação dos processos de urbanização nos bairros mais próximos" - explica.
"Deixar áreas permeáveis nas residências e nas calçadas é uma forma de ajudar a preservar as lagoas, para que não precisemos passar, novamente, um período sem nosso maior símbolo" - aconselha o fiscal.
Fonte:

Homem é preso com mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas
monitorava um indivíduo

3ª feijoada beneficente entrega casa de Rogério e sua esposa
no Bairro Vila Haro
Deixe um comentário
Quase lá...